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Obesidade: quando a cirurgia bariátrica é recomendada?

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No mês em que é celebrado Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, especialistas falam sobre prevenção e tratamento para doença, e quando o procedimento bariátrico é necessário.

A obesidade afeta a saúde física e mental de milhares de pessoas ao redor do mundo. De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo Obesidade e Síndrome Metabólica, em 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30. No Brasil, essa doença crônica aumentou 72% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019.

Entre as causas da obesidade, estão os fatores biológicos, históricos, ecológicos, econômicos, sociais, culturais e políticos. Independente do motivo, o que se sabe é que a obesidade é uma doença crônica que tem se tornado cada vez mais crescente e um problema de saúde pública mundial. Diante desses números apresentados, se faz cada vez mais urgente que a população tenha consciência de que a obesidade é sim uma doença crônica. No dia 11 de outubro é celebrado do Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, data criada para aumentar a conscientização sobre a doença e informar sobre prevenção e tratamentos.

Os tratamentos da obesidade, geralmente, são farmacológicos e sempre com uma abordagem terapêutica individualizada. Essa conduta inicia-se na prevenção secundária para impedir a progressão da doença para um estágio mais grave e prevenir complicações. Entretanto, em alguns casos, intervenções mais invasivas podem ser necessárias, como a cirurgia bariátrica.

A bariátrica é um procedimento indicado quando outros métodos de perda de peso, como dietas, exercícios e o tratamento farmacológico, não trouxeram resultados satisfatórios.

Mas para que a cirurgia seja recomendada, dois fatores são criteriosamente avaliados: Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40; e IMC acima de 35, associado a comorbidades como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono e outras condições relacionadas à obesidade.

Depois de dietas, reeducação alimentar, exercícios físicos e intervenção farmacológica, a cirurgia bariátrica foi recomendada a Raianny Caroline Silva, 29 anos, pela equipe médica de cirurgia bariátrica da rede Mater Dei. “Hoje, existem medicamentos no mercado muito eficazes, mas há pacientes que, mesmo com o tratamento clínico adequando, que envolve dieta, atividade física e o uso de remédios, não evolui para a perda de peso. A cirurgia bariátrica é uma segunda opção, que só deve ser indicada após todas as opções acima terem sido consideradas. Mas a indicação da cirurgia depende do perfil do paciente. Em algumas situações de obesidade extrema, postergar a cirurgia bariátrica faz com que o paciente cada vez mais agrave a patologia. Cada caso é avaliado individualmente”, esclarece o Dr. Marcus Martins, Coordenador de Cirurgia do Mater Dei e Coordenador da Cirurgia Bariátrica há 26 anos.

Raiane chegou a pesar 93 quilos, afetando a saúde tanto física quanto mental. “Eu nunca imaginei que um dia pesaria 93 quilos. Eu não nasci gordinha, não era uma adolescente gorda, eu era uma pessoa normal que trabalhava com moda. Entrei em depressão e por uns três anos sofri muito com a minha condição. Quando realizei a cirurgia, estava com comorbidade, diabetes, a perda de sono, pressão alta e gordura no fígado”, conta.

O marido de Raiane também estava com o quadro de obesidade e recebeu a recomendação da cirurgia bariátrica. Os dois realizaram o procedimento no mesmo dia. “O meu marido é motorista de caminhão e na estrada comia muito mal, o que o levou à obesidade. Nós realizamos a cirurgia juntos, ficamos no mesmo quarto no pós-operatório, e com 24 horas recebemos alta. Isso foi muito importante para a gente, pois incentivamos um ao outro, até hoje”, diz Daiane.

O Dr. Marcos Martins explica que a cirurgia bariátrica evoluiu muito e oferece menos risco para o paciente durante após a cirurgia. “Antigamente colocava-se um anel no estômago da pessoa, que dificultava a ingestão de proteína e de verduras. Agora, não se usa mais o anel, mas o By Pass  e o Sleeve (Gastrectomia Vertical ), e o paciente permanece em observação no hospital por 24 horas. É uma cirurgia segura e menos complicada, feita por laparoscopia e robótica”, explica.

Além da saúde física, após a perda de peso, Daiane conta que também recuperou a sua autoestima. “Hoje, posso dizer que a minha autoestima e do meu marido melhorou muito, e a nossa qualidade de vida também. Eu nunca imaginei que um dia eu ia correr 9km, antes da cirurgia, o pouco que eu andava eu já estava cansada, mesmo quando eu era magra. A perda de peso me devolveu a vontade de correr atrás dos meus sonhos e dos meus objetivos.”

“A bariátrica não é realizada apenas com o objetivo de fazer a pessoa perder peso, mas para trazer saúde para o paciente. Isso significa ganho da saúde física, mental e integração social”, completa Dr. Marcus Martins.

Obesidade

A endocrinologista do Hospital Mater Dei, Dra. Patrícia Corradi Pequenas, lembra que, além dos fatores genéticos, a obesidade também pode estar relacionada a ações comportais. A médica sublinha que escolhas diárias podem trazer benéficos à saúde a longo prazo e prevenir a obesidade, que é um dos maiores desafios da saúde atualmente. “A gente vê índices crescentes de obesidade em pessoas cada vez mais jovens, mas com algumas mudanças simples no estilo de vida é possível previr. Alguns exemplos: manter a alimentação equilibrada, rica em frutas, proteínas magras, grãos e vegetais, pode ajudar a controle o peso. Evitar o consumo excesso de alimentos industrializados e ultraprocessados, bebida açucaradas e ainda manter a prática regular de atividades físicas. A Organização Mundial da Saúde recomenda que para a pessoa deixar de ser sedentário são necessários pelo menos 150 minutos de atividades físicas por semana. Isso vai ajudar a gastar energia e a melhoras o funcionamento do metabolismo.”

A endocrinologista destaca ainda a importância do controle do estresse e da qualidade do sono como ações preventivas a obesidade. “É necessário cuidar da suade emocional, buscando mantendo níveis baixos de estresse, para não estimular a compulsão alimentar, e manter o sono regular. Dormir bem é muito importante para o controle da obesidade”, explica.

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