Rede Mater Dei de Saúde dobra de tamanho e mantém resultados clínicos acima da média do mercado
Com nove hospitais após IPO, empresa criada em Minas há 43 anos se destaca pela velocidade da expansão e pela transparência na divulgação de seus indicadores de desempenho
Atuando há 43 anos em Minas Gerais, onde é muito conhecida, a Rede Mater Dei de Saúde vem ganhando destaque nacional nos últimos anos. O motivo é uma combinação de fatores que inclui qualidade do atendimento, eficiência operacional e um ritmo de expansão que se acelerou a partir de 2021, quando a empresa abriu seu capital e levantou R$ 1,4 bilhão para investimentos.
Desde então, a rede passou de quatro unidades em Minas para um total de nove hospitais em quatro estados, crescendo principalmente por meio de aquisições e tornando-se uma das principais consolidadoras do setor no país.
A qualidade do atendimento é um valor inegociável nos hospitais Mater Dei, fundados pela família Salvador, que comanda o negócio. Os fundadores, o casal José Salvador Silva e Norma Salvador, criaram o primeiro hospital em 1980 com o objetivo de prestar o mesmo nível de serviço que ofereciam em seus consultórios particulares.
Esse diferencial permanece sendo um dos eixos prioritários da rede, segundo José Henrique Salvador, neto dos fundadores, que assumiu o comando da companhia em novembro, substituindo Henrique Salvador, que passou a presidir o Conselho de Administração.
A qualidade dos hospitais é atestada por instituições como a Joint Commission International (JCI) e a Qmentum, duas das mais respeitadas acreditadoras de serviços de saúde do mundo. E é confirmada por um conjunto de indicadores de desempenho que a rede começou a acompanhar há cerca de 20 anos e tornou público este ano, por meio da publicação do primeiro “Anuário de Excelência Clínica da Rede Mater Dei”.
KPIs de excelência
O anuário, disponível no site da empresa, compara dezenas de indicadores dos seus hospitais com padrões de mercado divulgados por instituições brasileiras e internacionais. Na maioria dos casos, seus resultados superam essas referências.
Um exemplo é o indicador de gerenciamento do protocolo de AVC, que mede o tempo médio entre a chegada do paciente ao hospital e a aplicação de tratamento que ajuda a restaurar o fluxo sanguíneo. Na Rede Mater Dei de Saúde de Belo Horizonte, esse indicador ficou em 56,5 minutos em 2022, mostrando um atendimento mais rápido do que a média verificada pela American Stroke Association, de 60 minutos. O tempo menor aumenta as chances de recuperação e reduz o risco de sequelas neurológicas nos pacientes.
Outro destaque é o índice de partos vaginais. Na Rede Mater Dei de Saúde de BH, eles representam 39,3% do total de partos, um valor muito superior à média de 22,9% registrada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp).
Outro exemplo é o índice de sobrevida de pacientes que fazem autotransplante de medula óssea. Nos hospitais da rede em Belo Horizonte, essa taxa ficou em 86% em 2022, acima dos 75% estimados pela American Society of Hematology (ASH).
As métricas do “Anuário de Excelência” foram auditadas pela Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma), uma instituição filantrópica voltada à educação e à assistência na área da saúde. A auditoria utilizou uma metodologia que incluía amostragem aleatória estratificada por tipo de indicador e a análise de prontuários de pacientes envolvidos nos indicadores sob avaliação. A conclusão da Feluma foi que os indicadores de qualidade são adequados para a gestão da rede hospitalar, estando em conformidade com as metas propostas pela gestão da Rede Mater Dei de Saúde e seguindo a metodologia da consultoria técnica independente.
Os bons resultados são acompanhados por eficiência operacional. “É muito relevante para nós a nossa capacidade de atender bem, de gerar satisfação para o paciente e resultados assistenciais diferenciados a um custo adequado para as fontes pagadoras e os nossos parceiros”, resume o CEO da Rede Mater Dei de Saúde, José Henrique Salvador. Segundo ele, a empresa apresenta a melhor eficiência operacional entre as instituições que atuam no segmento de saúde suplementar.
Outro pilar inegociável, ressalta José Henrique, é a sustentabilidade financeira. “Temos resultados operacionais diferenciados, alta capacidade de geração de caixa e o menor índice de endividamento entre as redes de hospitais de capital aberto do país”, ele afirma.
Trajetória de sucesso
A história da rede teve início em 1980, com a inauguração do seu primeiro hospital, o Mater Dei Santo Agostinho, em Belo Horizonte. Com foco no setor privado, principalmente em operadoras de planos de saúde em busca de um serviço diferenciado para os seus clientes, o hospital acompanhou o crescimento do segmento de saúde suplementar no país.
Em 2000, após passar por uma grande obra de expansão, essa primeira unidade mais que triplicou sua capacidade, passando de cem para 320 leitos. Em seguida, foi construído um segundo hospital em Belo Horizonte, o Mater Dei da Contorno, com um nível de complexidade bem maior. Inaugurado em 2014, possui 70 mil metros quadrados de área construída, um núcleo de oncologia que é referência na cidade e 60 leitos de CTI.
O terceiro hospital foi construído entre os municípios de Betim e Contagem e começou a operar em 2019. Na mesma época, a rede decidiu expandir sua operação para o estado da Bahia, com a compra de um terreno onde seria erguido o Mater Dei Salvador, inaugurado em 2022, com projetos partindo do zero (“greenfield”).
Em 2021, sob o comando da segunda geração da família Salvador, a rede acelerou o seu processo de expansão com a abertura de capital. Com os recursos adquiridos no IPO, comprou hospitais em Belém (PA), Feira de Santana (BA), Goiânia (GO) e duas unidades em Uberlândia (MG).
O foco principal das aquisições, explica o CEO da Rede Mater Dei de Saúde, são hospitais de alta qualidade e reputação em centros regionais importantes, com grande número de usuários de planos de saúde. A rede tem o compromisso de estender as acreditações internacionais a todos eles. Hoje, seis dos nove hospitais já possuem esse atestado de qualidade: os dois de BH, o de Betim-Contagem e o de Belém são certificados pela JCI, e os dois de Uberlândia, pela Qmentum. Os outros três seguem na mesma direção, devendo concluir seus processos até 2025.
Outro movimento importante da Rede Mater Dei de Saúde foi a compra do controle da empresa de tecnologia A3Data, especializada em soluções de coleta, análise de dados e inteligência artificial para o segmento de saúde. Com essa aquisição, a rede vem acelerando o seu processo de transformação digital, com tecnologias para tornar seus processos mais eficientes, que também são oferecidas a outras empresas do setor.
A lista de inovações inclui uma atendente virtual que emprega inteligência artificial para melhorar a jornada de pacientes, um sistema que automatiza burocracias médicas e uma ferramenta para realocar profissionais em diferentes setores dos hospitais de acordo com os picos de demanda de cada área. Esse último, implantado há seis meses, reduziu o número de horas extras em 85%, segundo o CEO da Mater Dei de Saúde.
Para crescer de maneira sustentável, estendendo os mesmos níveis de eficiência e qualidade a todas as unidades, a empresa conta com a força de sua cultura organizacional. Ela se baseia em cinco valores fundamentais: a busca constante por pioneirismo e inovação; a valorização do papel de cada colaborador para o resultado da empresa; a geração de resultados positivos para todos os stakeholders; o calor humano; e o compromisso com a excelência clínica e a segurança dos pacientes. A publicação do “Anuário de Excelência”, juntamente com os demais movimentos realizados nos últimos anos, fortalece esses valores, difundindo a cultura da Rede Mater Dei de Saúde no País.
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